NÃO me PARABENIZEM

Nasci em um 22 de agosto. Hoje isso completa um número de anos exato. Costumam chamar essa data de Aniversário. Já fui bem chegado a isso. Quem estudou comigo na UFPE sabe (né, Natália, Aline, Berg, Ed, Gabis, Guga, Marília, Herbert e etc...?)

Aos poucos, com os anos e a parca (e não porca) experiência de vida e tendência a ser do contra, afastei-me de trivialidades como esta. Natal não curto. Ano novo, pouquíssimo. Aniversários, idem. Só carnaval que é bom. Aí sim.

Por ser muito chegado a palavras (ao contrário de outros que escrevem blogs na cidade), sei que PARABÉNS quer dizer “Conjunto de palavras para congratular ou felicitar”.

Ora, minha gente! O que temos para felicitar a alguém que simplesmente nasceu?

Devemos parabenizar aqueles que fazem algo produtivo para si ou melhormente para a sociedade. Para o indivíduo ou para o coletivo. Nem a um honesto devemos dizer-lhe esta palavra, ao menos não por ser honesto simplesmente, pois honestidade é antes de um motivo de orgulho, uma obrigação.

Como sempre, digressiono muito em textos subjetivos como este. Mas como dizia, ou tentava fazê-lo, parabéns se dá a quem realizou algo notável. A quem venceu uma dificuldade imposta pela vida. A quem atingiu um objetivo traçado. A quem age com correção com os amigos. A quem é bom e altruísta.

P.S.: A quem é repetitivo para enfatizar uma ideia não se parabeniza, mas se perdoa, ok?

Quem demônios inventou de felicitar a quem simplesmente NASCEU? Qualquer animal nasce. De vereadores corruptos a assassinos sanguinários. De Stalin a Pol Pot. De Hitler a Che Guevara. De Reinaldo Azevedo a Wagner Rafaell. Até Lula nasceu, oras!

Espero parabéns por motivos válidos. Por ter aprovado em 4 concursos públicos. Por ajudar a quem julgo merecedor de ajuda, e por relegar à sarjeta a quem eu julgo merecedor de sarjeta. Por ser, como diz um prefeito de BJ, “idealista demais”. Por “não escrever mal”, como diz uma amiga. Por não ter tido medo de caras feias e enfrentado quem me tentou calar. Por ter vencido na vida profissional, quando tudo, na infância pobre, indicou o inverso. Por ajudar minha cidade, meus amigos e minha família. Por orgulhá-los e honrá-los, objetivos que busco a cada dia, sem, no entanto, deixar que isso implique em renúncias pessoais ou políticas (minha tia vai entender essa). Por renegar Paulo Freire e Marx, em uma cultura na qual quem não os ama não pode ser professor. Por enxovalhar petistas safados (não...Não é pleonasmo, meninos!) e DEMOCRATAS safados, quando foi o caso. Por ser bom no que faço, fazendo o que gosto e gostando do que faço (meus alunos podem refutar, se mentira for. Só não vale Dhiego Phellipe).

Àqueles que vão com minha cara, e normalmente desejariam “parabéns”, peço que desejem “felicidades”. Embora eu não persiga isso na vida, e sim o aperfeiçoamento, pois acho que felicidade plena não existe, mas aperfeiçoamento existe em todos os dias do ano, ouvir de alguém a quem temos em boa conta um desejo de que sejamos felizes soa como boa música aos ouvidos. Desejem que eu seja feliz no novo trabalho em Aracaju. Que eu tenha sucesso na eleição ano que vem ou ao menos na função de vice-presidente da JDEM-PE. Mas não me parabenizem por algo pelo que eu não fiz esforço algum. Aliás, por algo até que eu não busquei acontecer: meu nascimento. E a quem o fizer, a resposta, melhor em todas situações é: OBRIGADO.

E a quem por fortuna ou desfortuna (sabe-se lá, né?) não me atura, eu compreendo-vos! Eu não me aguentaria se eu não fosse eu. Talvez me detestaria! 


Ah. Sem falar que não tem nada de MAIS UM ANO DE VIDA. É MENOS um ano de vida...