JARBAS quebra o silêncio em seu aniversário

sábado, 20 de agosto de 2011


Antecipando as comemorações de seu 69º aniversário, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) recebeu amigos, aliados políticos e militantes do partido em seu escritório político, nesta manhã (19), no bairro da Ilha do Leite. Aparentando tranquilidade, o peemedebista cumprimentou todos os presentes e passou um ar de tranquilidade. O parlamentar rompeu o silêncio e comentou as recentes crises vividas pelo Governo Federal, a possível volta de Lula ao Executivo, as eleições municipais e seu futuro político. 

"Eu estou de bem comigo mesmo e estou exercendo meu mandato com muita determinação, responsabilidade. Quebrei um pouco meu isolamento, continuo muito isolado, mas esse isolamento reduziu dentro do PMDB. Tenho com quem conversar dentro 

do PMDB. Antigamente era só com Pedro Simon (RS) e um pouco Mão Santa (PI). Agora tem Ricardo Ferraço (ES), Roberto Requião (PR), Simon, Luiz Henrique (SC), Casildo Maldana (SC), Valdemir Mocca (MT). Tenho umas seis a oito pessoas com quem conversar agora", disse Jarbas Vasconcelos, de forma bem humorada. 

"A direção do partido já não me olha como me olhava antes", completou o senador. 

Durante toda a manhã, a movimentação foi grande no Centro de Debate. Passaram por lá os deputados estaduais Daniel Coelho (PV), Gustavo Negromonte (PMDB), Maviael Cavalcanti (DEM) e Tony Gel (DEM); os deputados federais Mendonça Filho (DEM) e Raul Henry (PMDB); os vereadores do Recife, André Ferreira (PMDB), Aline Mariano (PSDB) e Priscila Krause (DEM); além de outros políticos como, o democrata Gustavo Krause; o ex-deputado federal, Roberto Magalhães (DEM); e a ex-deputada estadual, Teresinha Nunes (PSDB). O presidente regional do PMDB, Dorany Sampaio, também esteve presente.



GOVERNO DILMA
Acho que é uma anomalia um governo que não completou oito meses e já é alvo de queda de quatro ministros. A presidente tem mostrado disposição de não conviver com a corrupção. Começou com o Ministério do Transporte e depois me parece que ela teve uma certa dificuldade de caminhar com isso para outras áreas. Ela não pode não ter uma atitude que teve com o Ministério do Transportes e descuidar com outros partidos, inclusive com o PMDB. 


APOIO
A presidente merece o apoio, se ela continuar com essa determinação, de transparência e com comportamento uniforme. Pouco importa saber qual é o partido, se é PMDB, o PT, o PR... qualquer partido da base de apoio. Ela está com uma base muito grande, enorme. Era necessária para o bem dela reduzir o tamanho dessa base. A base, na maioria fisiológica, tão acostumada com a política do “toma-lá-da-cá”. 


HERANÇA
Acho que esse combate dela à corrupção é uma herança que vem de Lula e ela participou disso, porque Lula fazia o que queria. Ele estava acima de vocês da Imprensa, dos formadores de opinião pública, do TCU. Lula era um semideus. Ela não tem esse status e nem vai alcançar esse status com brevidade. Pode até alcançar, mas não com brevidade. Só não tem a força que Lula tinha. É muito melhor ela combater a corrupção do que alisar os corruptos como Lula alisava, passava a mão na cabeça de aloprados, mensaleiros..


POPULARIDADE DE LULA
Pode (diminuir), porque agora ele não tem os privilégios que tinha como presidente da República. Na proporção que Dilma acentua uma posição firme no combate à corrupção, ela está atingindo um governo de três partes. Dilma não é um governo novo, é um governo de continuidade. Governo novo é que poderia fazer isso com a maior desenvoltura. Ela não tem essa desenvoltura para fazer isso, porque participou e foi chefe da Casa Civil. Esses ministros foram indicados por Lula, mas conviveram com ela antes. Não é fácil, é uma coisa um tanto complicada. O importante é ela fazer. 


OPOSIÇÃO INCOMPETENTE 
A oposição continua muito reduzida, mas reduzida do que ontem. Mas continua incompetente, muito sem organicidade. Eu não recebo convite de ninguém para se reunir. Ela não se reúne. Não posso estar chamando as pessoas para se reunir como dissidente de um partido. Não posso fazer isso. Quando a gente se reuniu, quando deu organicidade, a oposição, na legislatura passada, a gente derrubou a CPMF no Senado.


CPI SEM FUNCIONALIDADE
A CPI é uma contradição, porque não funciona. É um instrumento poderoso se o governo entendesse assim. Dilma comete um mal, um pecado de ser contra, porque a CPI é a favor dela. A CPI não vai pegar Dilma. Ela não é corrupta. Ela não alisa corruptos, como Lula alisa, então, a CPI não pega ela. Se constituir qualquer uma CPI eu assino. Mas, ela não vai funcionar, porque não funcionou na legislatura passada, quando a oposição era maior do que hoje e o governo não quer e toma os cargos. Toma relatoria, não deixa quebrar sigilo de ninguém. Então, não é CPI. Mas deve-se tentar formalizar e sinalizar para opinião pública, para mídia que ela não vai funcionar não por conta da oposição, mas porque o governo não vai deixar funcionar. 


EMENDAS
O governo tem uma contradição muito grande na questão do controle da máquina de gasto. Por exemplo, ele sinaliza um reajuste para aposentados, que seria um reajuste muito pequeno, e libera emendas parlamentares, milhões para isso. Me parece que não há uma política de racionalidade. Depois a corrupção toma muito dinheiro. Uma obra de R$ 5 milhões, às vezes, vira uma obra de 8, 10 ou 15 milhões. É aí que está o rombo do dinheiro todo. Tem parlamentar que bota a agenda no toma lá da cá. Só vota com o governo se a emenda dele for liberada. 


PR FORA DA BASE
É conversa para boi dormir. Conversa para vocês da Imprensa, para sair a notícia. Vão continuar com os cargos e vão continuar votando com o Governo. 


RETORNO DE LULA
Ele é candidato. Ele está numa movimentação. Hoje (ontem) a Imprensa registra que ele disse que é uma imbecilidade pensar na eleição de 2014. Ele está percorrendo o País inteiro. Ele que recomendou parcimônia, recomendou que seria um ex-presidente bem comportado e está viajando o Brasil inteiro. Esse conflito vai surgir. Não vai ser agora em 2011, 2012, mas vai surgir. Porque ele é candidatíssimo e ela (Dilma) é candidatíssima. Ela está querendo criar um estilo próprio. O combate à corrupção, por exemplo, não faz o estilo da gente de Lula; Dilma está fazendo o estilo dela. Então, acho que esse conflito vai aflorar e vai estourar já, já, porque ela vai querer ser candidata à reeleição e Lula vai querer voltar. Vai ter um conflito aí. Quando eu não sei, mas vai ser mais adiante. 


CANDIDATURA À PCR
Isso eu não quero não. Eu estou bem comigo mesmo e estou exercendo meu mandato com muita determinação, responsabilidade. Quebrei um pouco meu isolamento. Continuo muito isolado, mas esse isolamento reduziu dentro do PMDB. Eu tenho com quem conversar dentro do PMDB. Antigamente era só com Pedro Simon e um pouco Mão Santa. Agora tem Ricardo Ferraço (ES), Roberto Requião, Simon, Luiz Henrique, Casildo Maldana (SC), Valdemir Mocca (MT). Tenho uns seis ou oito com quem conversar agora. A direção do partido já não me olha como me olhava antes. 


APOSENTADORIA
Se encerrar eu não sei (neste mandato). Estão me perguntando de uma eleição que é daqui há 15 meses. Eu não quero disputar. Não tenho participado (de discussões). Tenho cedido o Debate (escritório político) para o pessoal mais jovem. Mendonça Filho, os dois Raul (Henry e Jungmann), Daniel Coelho. Convocado, eu sou todo dia. Recebo uma média 20 emails. Um terço é sobre a eleição do Recife, me chamando para ser candidato. Estou respondendo a todos eles dizendo que não vou disputar. 


ELEIÇÃO 2012
Não será uma eleição fácil. Não existe eleição fácil e essa não será. Ele (João da Costa) vai sair na frente. Ele tem a máquina da PCR, tem o PT, tem uma série de coisas. Não é uma eleição fácil, que já ganhou. Ele tem uma contestação generalizada na cidade, mas isso não quer dizer que ele é um candidato fraco. Ele é um candidato vulnerável. 


OPOSIÇÃO DO RECIFE
Está num quadro que é muito mais favorável de que as últimas eleições. Nosso campo tem que ter dois candidatos. Um só não dá certo, tem que ter dois para ir para o segundo turno.





FOLHA de PE

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