Uma breve reflexão

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Meus caros leitores,


andei, dia desses, fazendo a besteira de completar idade nova. Ainda que eu seja bastante incrédulo, cético mesmo, pra ser mais correto, é em oportunidades como essa que me flagro (acho que não só eu) pensando na vida. Em tudo que produzimos e ainda queremos produzir.

É quase um quarto de século vagando por aqui... Muito já fiz; outro tanto deixou-se de ser feito; e mais ainda está por vir.

Às vezes, não tao raras, surpreendo-me relembrando fatos que é como se tivessem sido ontem.

O início bem difícil, e a ajuda de pessoas, algumas delas as quais, confesso, não tenho mantido o merecido vínculo. Nenem Bolota, Amauri da venda, Zé de Dinda, Seu Abel...

As brigas na escola. As frutas roubadas no quintal de Socorro Padilha. Os tombos aprendendo a andar de bicicleta na praça Des. João Paes ou na dos Eucaliptos. As quedas da mesma bicicleta, que me deixaram, uma, um mês com a perna engessada, e outra, com o peito ralado. Os sábados comprando bebida com meu avô no mercado de seu Nem, depois correndo no quintal (enorme, quase um sítio) de seu Mané Lucena.

Os castigos, por ter feito algo errado, e as recompensas, por ter agido corretamente. As viagens porque papai morava em outros estados.

As festas de aniversário...Uma delas, vestido de pirata, com um tapa olho, pra esconder um calombo na testa, depois te ter rolado escada abaixo.

Os presentes. O vídeo-game. O teclado. O pogobol e o Pula-Pirata. O Banco imobiliário e Scotland Yard.

A primeira-comunhão, feita de forma prodígia, com apenas 8 anos (e hoje tão distante da igreja). A operação, aos 9. O nascimento dos primos e dos irmãos, hoje, adolescentes já. A morte de queridos, como meus bisavós. As idas à missa, celebradas por Padre Assis, doido pra que acabasse e pudesse ir pra Siqueira Campos, conversar com os amigos, e depois comer pastel japônes, a novidade da época, na Praça do Cassiano.

Na TV, Carrosel. Vovô e eu. Quem matou Odete Roitman. Tô certo ou tô errado, Sinhozinho Malta? Porcina, Teresa Batista Cansada de Guerra. Emanuelle, Cine Band Privê. Chapolin e Chaves, Flistones, Jatsons, Jiban, Jaspion e Jiraya.

Corrida Maluca, Nações Unidas, Passa ou Repassa, com as tortadas na cara e TV Animal, com um buraco pra colocar a mão no bicho. Coquetel, com as meninas levando jatos de água e mostrando os seios, e Alô Doçura, com Virgínia Novick. Você Decide e Radical Chick.

A primeira cachaçada. O primeiro "bezerro", por conta de bebida.

A primeira paixão, por uma colega de escola chamada Jussara. Um presente comprado durante as férias, em Fortaleza, que ela jogou no matagal atrás da casa. O murro no cara que a beijou. Depois, outra paixão, só que disputada com mais 3 amigos.

As canas, pensando nela, no show de Roupa Nova, em Garanhuns. A carona de seu Zé Lucena, avô da dita cuja. A queda numa fossa, durante o Jardim Cultural.

Falando em shows...Scorpions. Duas vezes. Paralamas. Titãs. Engenheiros do Havaí. Zé Ramalho. Fagner. Air Supply.

A capa do Diário de PE com minha foto, chorando pelo fracasso do meu NÁUTICO.

Aprender a dirigir com amigos, e depois pegar o carro do avô escondido. As viagens com o povo da escola. Natal, Arcoverde.

Amigos, bons amigos que se foram.

Saulo de Bispo, Savério Arcuri, Nicolas Ramalho. Seu Hélio Maciel, Zequinha de Jacó, Seu Joel "Catatau" (esposo de dona Liquinha). Manoel Lucena. Zé Ramos e Dona Quitéria. Dona Badé. Seu Oscar.

Outras boas lembranças são das eleições em BJ. Até mesmo daquelas em que perdi, mesmo sem nem votar. João contra Valdeci em 92. A vitória de FHC em 94, no mesmo ano da derrota de Krause. A foto com esses dois nem existe mais, que pena. A vitória do garoto Cecílio em 96, e a fuga da escola pra não ter que aturar as magações.

Mas em 2000, fui à forra. oão deu foi uma lapada, e vingou sua gente dos boca-pretas. Até uma queda duma toiata eu levei. 4 dias andando manco. Sem falar na suspensão que me deram no Diocesano, e na ameaça de morte que um vereador me fez.

A mudança pra Recife. Estudar dia e noite. A careca por ter passado na UFPE.
É...muita coisa realmente já aconteceu. Fico pensando em quanta coisa ainda estamos por passar todos nós. Quantas alegrias e quantas tristezas.

Até que ponto será que podemos interfirir no nosso destino? Será possível mudar a rota daquilo que já está traçado?

Tenham certeza que sim. Nosso destino quem faz somos nós. Nada está escrito nas estrelas não, como cantava Tetê Espíndola.

Até hoje, não sei ainda dizer se minha passagem por esse mundo valeu a pena. Ainda bem que tenho tempo pra fazer mais. Fazer melhor, e daqui a algum tempo, olhar pra trás, fazendo uma reflexão e dizer que sim. Valeu muito a pena.

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