Sobre críticas e demissões

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Há quem diga que eu diminui as críticas ao governo municipal porque estou sendo beneficiado de algum modo pelo dito cujo.

É preciso esclarecer alguns pontos:

Não tenho vínculo (ainda) com o município). Quem o tem é uma tia minha. E ainda que eu tivesse algum emprego lá na administração, quem disse que isso é um benefício?

Ora, o sujeito trabalha 20, 30, 40 horas por semana e no final das contas, recebe um salário. Onde está o benefício?

Isso é um PAGAMENTO POR SERVIÇOS PRESTADOS.

Benefício quem recebe são aqueles que ganham sem trabalhar. Que vão lá ao seu lugar de lotação apenas buscar o contracheque. Ou aqueles super-salários. Não é o caso de minha tia, e não será nunca o meu caso também.

Só quem não me conhece pra achar que eu me calaria diante de uma proposta de emprego. Tô pra ver salário que me cale. Acredito que todo homem tenha seu preço. Mas o meu é bem maior do que qualquer salário que possa ser oferecido pela municipalidade.

Algo bem diferente é aceitar um convite para prestar serviços, para contribuir dentro daquilo que sei fazer, com a gestão. A isso sim, estou aberto em qualquer oportunidade, seja no governo do DEM ou do PT (acho que exagerei), desde que queiram, em troca de um salário, serviço prestado e não compromisso eleitoral.

Caso eu venha a ter algum vínculo com qualquer administração, tenham certeza que não faz parte do contrato votar no administrador.

Portanto, deixem disso. Se critico, é porque não tô sendo recompensado; se não critico, é porque tô me vendendo; se elogio, é porque já me vendi. Assim não dá, né?

A verdade é que minhas críticas à gestão Coca-Cola ainda existem. Ainda são muitas, mas como eu sempre disse, e o arquivo do blog está aí pra ser consultado, esperava que elas diminuíssem tão logo o governo achasse o seu rumo. E me parece que isso vem acontecendo.

A Educação realiza um bom trabalho. As muriçocas sumiram. Os marajás, de super-salários, foram demitidos, ou postos em seus lugares...

Não tá uma maravilha. Bem pelo contrário. Tá muito é ruim, isso sim. Tá uma decepção pra quem, como eu, brigou nas ruas, esforçou-se, cada qual dentro de suas limitações, para elegê-lo.

Mas por fazer críticas, isso não me impede de fazer elogios, muito menos de ser justo.

Assim agi na ocasião das bolsas da faculdade. Quando todos diziam que "a partir de agora, quem não prestar serviço vai perder a bolsa".

Foi assim que foi divulgado, nos blogs e na boca miúda. E era mentira. Esclareci tudo AQUI. A verdade é que aqueles que começaram a espalhar os boatos mentirosos não se preocuparam em desmentir. Os motivos? Não os conheço. Perversidade, talvez.

E assim, com justiça, independência e clareza, preciso me posicionar sobre o episódio das DEMISSÕES.

Há algum impedimento em demitir funcionário contratado? Não. Nenhum.

Há alguma obrigação do prefeito de manter em cargos quem votou nele? Não. Pelo contrário. Besta é quem votou nele querendo um cargo em troca. Besta e burro.

Há necessidade de reduzir despesas na administração pública municipal? Claro que há. E mesmo que não houvesse, cabe ao prefeito decidir quantos funcionários ele precisa e quantos irá manter.

Não estamos mais no governo de Cecílio, quando tínhamos 8 coveiros em um único cemitério.

Então, por que o escarcéu?

Essas pessoas que andam fazendo o maior auê por conta das demissões ficaram caladas quando João Mendonça demitiu mais de 400 que não podiam ser demitidos, por efetivos que eram.

Onde estava essa gente? Disponibilizaram advogados aos demitidos? Escreveram em seus blogs o descontentamento? O desapontamento? Não. Calaram-se muitos deles.

Onde mora o pecado do prefeito ao demitir quantos funcionários queira, dentro das normas legais?

Li no blog de Nilton Senhorinho o seguinte: "Creio eu que o emprego de cartas foi o meio pensado para evitar o constrangimento dos chefes ao terem de comunicar a demissão dos a quem, a menos de um ano, se pediu um voto (inclusive de confiança)."

Mas minha gente. Quando se pede um voto de confiança não se está, em contrapartida, obrigatoriamente, oferecendo um emprego vitalício, ou mesmo enquanto dure o mandato.

Então, quando o sujeito for às ruas, pedir um voto de confiança, está automaticamente prometendo um cargo e comprometendo-se a, sob hipótese alguma, não demiti-lo? Acredito que a resposta seja bastante óbvia.

Os demitidos são contratados, e o executor de despesas, o prefeito, acha que, por hora, não os necessita. Mais que isso: precisa enquadrar as contas municipais na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).

Agora, por outro lado, o uso de cartas foi uma escolha covarde por parte do governo de fazer o que tinha de ser feito. E mais ainda: o anúncio de que as demissões são, assim como os contratos, temporários, pode ser fala de dois legumes (como diria Tiririca). Se, passado o prazo anunciado, não forem recontratados, poderão reclamar, não do aspecto legal, mas sim do aspecto moral do ato.

Portanto, meus 70 leitores, que estão levando o blog aos 20.000 acessos, em menos de um ano, não há do que se chiar, não há que se contratar advogados nem espernear.

Decepciona? Causa constrangimento? Sim. Há uma explicação por parte da Prefeitura. Vamos ver se ela é real e se a promessa de volta aos cargos se cumpre.


Eu darei esse crédito a eles.

6 comentários:

Anônimo disse...

você só esqueceu de dizer que há uma injustiça por parte de coca, é demitir quem votou nele e deixar os boca preta. Isso é injustiça e das grandes.

Wagner Rafaell disse...

essa é uma das maiores críticas que tenho ao governo. Falarei disos em rbeve

Anônimo disse...

Lurdinha, Benício, a filha de Benício, Bebeto de Zé Dentão, Marcelo de Aldo Ramos e tantos outros votaram contra a Marco e, evidentemente, irão votar contra a Mendoncinha, João Mendonça, Augusto Coutinho e vão fazer política, contra, dentro da prefeitura. E nós que batalhamos, trabalhamos duro pelos sítios, bairros, fomos aos comícios, pregamos adesivos em casa, nos carros, trabalhamos no dia da eleição... Taí, ficamos de fora. Muito obrigado Marcão.

Wagner Rafaell Peixoto disse...

Não é bem assim. Marcelo é genro de Aldo Ramos e até onde eu sei votou em Coca-Cola, diferente da esposa, que, por ser sobrinha de Cintra, votou neste. Lurdinha veio por indicação de Zé Mendonça mesmo, já que depois de deicxar o governo de Cecílio, virou Mendoncista.

Anônimo disse...

Não seria mais lucro para os mendonças romper logo com coca cola? porque quem tem um amigo feito coca não precisa de inimigo. podem ter certeza que no lugar dos demitidos ele vai preencher essas vagas com bocas preta.

Anônimo disse...

Tem que ser preenchido com pessoas competentes. Independente do partido político.