Para oposição, Costa é o adversário ideal em 2012 no Recife

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Quase cinco meses depois das últimas eleições, as principais lideranças da oposição em Pernambuco deram o pontapé inicial na costura de alianças visando a disputa municipal de 2012. Pela primeira vez, os caciques se reuniram formalmente, na terça-feira (22), para discutir os rumos do grupo, que saiu enfraquecido do pleito de outubro. O encontro aconteceu na casa do deputado federal Roberto Freire (PPS-SP), em Brasília, e contou com a presença do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), dos deputados federais Mendonça Filho (DEM), Augusto Coutinho (DEM) e Raul Henry (PMDB), além do ex-deputado Raul Jungmann (PPS). A princípio, o PSDB seria representado pelo também deputado federal Bruno Araújo, que terminou não comparecendo porque havia marcado um jantar ex-governador Albano Franco (PSDB-SE).

O saldo final da conversa foi o reconhecimento unânime da necessidade de o bloco caminhar junto em 2012, já que a maioria enxerga a próxima eleição como sendo a “grande chance” para o grupo se reerguer na esfera municipal. O motivo do otimismo são os problemas internos e externos enfrentados pela administração do prefeito João da Costa (PT). O entendimento geral é de que a candidatura à reeleição do atual gestor é o cenário ideal para a oposição voltar ao poder municipal.

“O Recife é o elo fraco do oficialismo em Pernambuco. Há uma chance de a base governista sair derrotada e isso dá espaço para a oposição”, avalia Roberto Freire, mentor da reunião. Internamente, os caciques avaliaram que concorrentes como João Paulo (PT) ou Maurício Rands (PT) representam um risco maior ao projeto do grupo em direção à Prefeitura.

Ainda que a palavra de ordem seja unidade, esta não está condicionada ao lançamento de apenas uma candidatura majoritária na capital. Até porque o grupo conta com pelo menos três postulantes em potencial: Raul Henry (PMDB), Mendonça Filho (DEM) e Raul Jungmann (PPS). “Mesmo que haja mais de uma candidatura, temos que estar todos dentro de uma mesma estratégia”, sentencia Henry, garantindo que não houve discussão sobre nomes.

Entretanto, a definição desta estratégia unificada passa diretamente pela relação entre o PMDB e o PSDB. Os peemedebistas, em especial o senador Jarbas Vasconcelos, ainda não “engoliram” a debandada de 14 prefeitos tucanos para a base do governador Eduardo Campos, na disputa estadual, com a conivência do deputado federal Sérgio Guerra (PSDB). Para pacificar os ânimos, o PPS desponta como interlocutor entre os dois partidos. “Depois da última eleição há uma necessidade de nos juntarmos por uma questão de sobrevivência”, ressaltaAugusto Coutinho.

Como medida para fortalecer o bloco – não somente em 2012, como também em 2014 –, falou-se, inclusive, em abrir as portas para eventuais dissidentes da base governista. Nos bastidores, comenta-se a possibilidade de os oposicionistas contarem com o PP, do deputado Eduardo da Fonte – que já anunciou a pretensão de candidatar-se à Prefeitura –, ou até o PTB, do senador Armando Monteiro Neto, que, em janeiro, entregou os cargos que possuía na gestão de João da Costa. Embora mantenha amigos no bloco adversário, o petebista classificou as especulações de “descabidas”. “Se não faz sentido pensar o 2012 porque está longe, imagine em 2014”, assinalou Armando.

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