Para dar ao Paraguai tem, para o salário mínimo, não

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A Bancada do Democratas discutiu na manhã dessa terça-feira (22) a revisão do Tratado de Itaipu, já que o governo deve enviar à Casa o Projeto de Decreto Legislativo que triplica de 120 milhões de dólares para 360 milhões de dólares, o valor anual pago pelo Brasil ao Paraguai pela energia excedente da usina hidrelétrica de Itaipu. Para o debate, o líder do Democratas ACM Neto (BA) chamou os dois lados do assunto. Claudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil e o Embaixador Antonio Simões, sub-secretário Geral da América do Sul, Central e Caribe. Para o deputado Eduardo Sciarra (DEM-PR), a intenção do governo federal de renegociar o Tratado de Itaipu, triplicando o valor, é um “crime de lesa-pátria”. 

“O tratado é uma peça jurídica muito bem construída e referendada pelos congressos dos dois países, não pode ser simplesmente modificado ao sabor das conveniências políticas regionais. O que o Paraguai precisa é de segurança jurídica, e não será mexendo ‘na marra’ no tratado, que irá conseguir isso”, afirmou. O “pacote de bondades”, como Sciarra chama essa revisão, destinará ao Paraguai, até 2023, data em que o país seria dono de metade da usina, R$ 6 bilhões sem nenhuma contrapartida do país vizinho. “Benefício sem contrapartida é um equívoco”, disse. O deputado Ronaldo Caiado (GO) questionou o Embaixador Antônio Simões. “Como o Governo vem aqui e diz que tem R$5 bi para doar ao Paraguai e não tem R$ 4 bi para o aumento do salário mínimo?”, disse. “Em 37 anos o tratado foi respeitado. Nos últimos oito anos de governo Lula, já tentaram mexer nele duas vezes. É o brasileiro que vai pagar essa conta”, indignou-se.Onyx Lorenzoni (RS), completou: “Se eu fosse paraguaio, a essa hora estaria dando pulos, mas sou brasileiro, e saio muito entristecido”.

Do site Democratas.org.br

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