Pensem comigo

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Amigos,

estou em Recife e quando chegar em Belo Jardim, vou direto à FABEJA, pra minha especialização. Sábado, manhã e tarde a mesma coisa. Assim, demorarei um pouco a postar novidades e responder os comentários dos leitores.

Só uma observação: Os erros de digitação diminuíram um bocado, devido justamente à atenção a qual fui chamado pelos leitores. Quem manda ter dedos largos, né? rsrs.

Como de costume, deixo-lhes um texto e um vídeo. Até à volta





Do Blog de Reinaldo Azevedo:

LULA EM GOIÁS, MEIRELLES, O JOGO E OS RECALCITRANTES

quinta-feira, 13 de agosto de 2009 | 15:57

“Se o Meirelles disser pra mim que quer ser governador [de Goiás], primeiro vou dizer para ele que nós precisamos saber por qual partido e saber quais são os nossos aliados, porque nós precisamos construir uma aliança política para ganhar as eleições. O Meirelles não pode ser candidato para perder as eleições. Se ele quiser ser candidato, é um processo a ser construído”.

Esse é Lula em entrevista a rádios de Goiás. Achou que era pouco e emendou: “Se o Meirelles conduzir a economia de Goiás como ele conduziu o Banco Central, Goiás só tem a ganhar, vai ter um administrador excepcional, porque o Meirelles é muito competente.”

Não é impressionante? O presidente da República, em desacordo, obviamente, com a lei (mas é inútil recorrer ao TSE), já está fazendo campanha eleitoral. E de um modo muito interessante: Lula acaba de inventar o candidato que NÃO PODE perder. Seja lá o que isso signifique em política. “Não poder” perder só pode ser entendido de um jeito: FAZER QUALQUER COISA para ganhar.

Meirelles tem todo o direito e méritos para concorrer ao que quiser. Mas acho que depõe contra a sua biografia ficar se lançando no mercado político estando ainda à frente do Banco Central e sendo, pois, o condestável do outro mercado. Ou, então, quem discordar que tente me provar que são coisas compatíveis; que aquele que é, em última instância, o defensor da moeda pode sair por aí cabalando e tentando conquistar votos.

O jogo de antes e o jogo de agora
Não, eu não tenho a menor, a mais remota, a mais pálida simpatia pela eventual candidatura de Marina Silva à Presidência. Voltarei a este tema em outros textos. Certa defesa que se faz de seu nome, sob o pretexto do progressismo, conjura as forças do atraso e de certo “regressismo ilustrado” da classe média. Falo disso depois. Mas que ela bagunça um pouco o coreto da política, isso bagunça.

Meirelles, se querem saber, estava sendo guardado e se guardando para outro embate. Observem uma coisa: não há aliados de Lula no PMDB que se possam dizer éticos, e os que se podem dizer éticos não são aliados de Lula. Assim, embora o partido seja vital para a candidatura de Dilma Rousseff, fica difícil achar ali um nome para somar, porque todos diminuem.

Meirelles está ainda sem partido. O PMDB até que lhe iria bem. Mas não para o governo de Goiás. No jogo plebiscitário que Lula pretendia — “Quem vota na Dilma vota nimim” —, faltava aparar uma aresta (observem que não estou tocando na saúde da candidata, fator que corre por fora): eliminar a suspeita de tentação heterodoxa na economia. Sim, senhores: uma hipótese com a qual Lula contava firmemente — e o próprio Meirelles mais do que todos — era ter o presidente do Banco Central como vice de Dilma. A depender do que aconteça com a candidatura Marina, isso pode ser ressuscitado.

O arranjo, a muitos, parecia perfeito. A durona poderia amansar o perfil, como a Mãe do PAC, aquela que não vai medir esforços para gastar o que puder no social, mas tendo o vigilante Meirelles como vice. Ele serviria para amarrar o apoio dos “mercados” e surgiriam como a garantia antecipada de que nada sairia dos trilhos atuais. Mais: seria o contraponto ideal à possível candidatura Serra pelo PSDB. Caberia a Meirelles chamar o atual governador de São Paulo para o debate-boca econômico, tentando caracterizá-lo como heterodoxo. Desta feita, o PT tentaria fazer com que o medo vencesse a esperança.

Isso ainda está no horizonte, reitero. A esquerda petista iria chiar. Mas quem dá bola pra ela? No modelo lulista, esquerda petista serve para encher o saco de governadores da oposição.

Ocorre que o cenário político está passando por turbulências as mais diversas, com várias forças se anulando — imagino a festa que não está sendo para os astrólogos. Algum planeta daqueles bem danados deve ter entrado na terceira casa da rebimboca da parafuseta astral (astrologia tem uma linguagem mais esotérica do que Marina Silva), e tudo está meio em desalinho. Dilma, já se nota, não é um exemplo de habilidade. Exposta, tende a fazer bobagem, como é o caso de seu embate com Lina Vieira, ex-secretária da Receita. Há, desde sempre, o problema de sua saúde: ora o petismo está mais otimista em relação a este assunto, ora menos. Agora apareceu Marina Silva. Com ou sem acordão, as digitais de Lula — na verdade, o contrário — ficaram estampadas em Sarney e amigos.

Meirelles como vice é a opção num cenário em que Dilma estará com as massas das ruas, e ele com as massas dos bancos e assemelhados.

O problema é que as ruas podem recalcitrar.

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